Com o objetivo de melhorar o resultado econômico na atividade de pecuária, no ano 2000, a J. L. Agropecuária Ltda/Fazenda Bama firmou parceria com a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, por meio do Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de Corte, denominado Geneplus - Embrapa, visando agregar qualidade genética no rebanho, o qual, desde então, se encontra em desenvolvimento. O Programa avalia não só os animais PO, mas também todo o rebanho da Fazenda.
Assim, desde o início da parceria Bama ? Programa Geneplus, a Fazenda é assessorada pelo pesquisador da EMBRAPA, Dr. Luiz Otávio Campos Silva, pelo Professor da Universidade Estadual de Maringá, Dr. Elias Nunes Martins e pelo Zootecnista, Dr. Luis Amadeu Vendrame Cardoso, todos vinculados ao Programa GENEPLUS. A Fazenda conta também com o consultor Dr. Luiz Carlos Tayarol, zootecnista da empresa Tayarol Consultoria Ltda, na área de nutrição animal.
Quando o Grupo da JL Agropecuária, por intermédio do professor Elias, procurou o Programa Geneplus-Embrapa para orientação no uso da genética para produção de carne, os administradores da Fazenda Bama foram convidados para uma visita à Embrapa Gado de Corte, para que pudessem ver os resultados experimentais em cruzamentos que a Embrapa vinha realizando. Na época, o líder do grupo para este procedimento era o Dr. Kepler Euclides Filho, hoje trabalhando na sede da Embrapa em Brasília. Apresentados os resultados, a empresa aderiu ao Programa e foi definido o objetivo de fazer o mais simples e produtivo.
A fazenda Bama já tivera antes uma experiência com cruzamentos e a partir daquele rebanho existente, traçou-se uma estratégia similar à adotada na Embrapa Gado de Corte. As matrizes aneloradas, que eram a maioria, foram divididas em dois grupos. Um primeiro grupo seria inseminado com touros Nelore. O outro grupo seria inseminado com touros Red Angus. As fêmeas inseminadas com Nelore teriam repasse com Brangus e nas inseminadas com Red Angus, o repasse seria com Nelore. As fêmeas cruzadas, que tinham diferentes composições raciais, seriam acasaladas com Canchim, tendo em vista que esta raça era a que vinha sendo utilizada experimentalmente na Embrapa e com bons resultados. Por que Canchim? Porque esta é uma raça composta, adaptada às condições de Brasil tropical, podendo assim servir a campo, tendo em sua composição a raça Charolesa, que tem grande desempenho para produção de carne. Some-se a isto tudo que existia disponibilidade no mercado de um razoável número de animais com avaliação genética para aquisição.
Desta forma, a estratégia adotada pela empresa J.L. Agropecuária foi baseada na seguinte estrutura genética de rebanho:
* 25% de vacas Nelore superiores (R1), em avaliação genética, recebendo touros da raça Nelore, para repor o rebanho Nelore;
* 25% de vacas Nelore (R2), recebendo touros de raças britânicas, para repor o rebanho de F1 Britânica-Nelore;
* 50% de vacas F1 Britânica-Nelore (R3), recebendo uma raça adaptada, preferencialmente do tipo continental, que cobrisse a campo e viabilizasse a produção de bezerros adaptados, de bom desempenho para produção de carne de qualidade. Como resultado desses cruzamentos, obtêm-se a produção de 75% de crias cruzadas e 25% de crias Nelore.
De início, a opção de raça britânica foi a Red Angus. Depois, em termos de raças britânicas, além do Red Angus, foram usados o Angus, o Hereford, e mais adiante o Senepol. Todos os cruzamentos obtiveram desempenhos semelhantes, não sendo as diferenças apresentadas de grande monta.
Para acasalar com as fêmeas F1, massivamente foi usada a raça Canchim, sendo também experimentadas as utilizações da Simbrasil e ultimamente da Senepol.
Com alguns anos de parceria, usando somente touros Nelore PO, via inseminação artificial ou monta natural, foi observado que parte das vacas comerciais Nelore tinha, além do bom desempenho, uma boa caracterização. Sendo assim a Fazenda apresentou o lote destas vacas à ABCZ para registro como LA1. Por outro lado, a Bama adquiriu conjuntos de fêmeas de bons e diferentes rebanhos. Como exemplo, podem ser citados os rebanhos do Dr. Manoel (Manuelão, PR), das Fazendas Monte Castelo e Califórnia (MS), Mundo Novo (em MG) e, mais recentemente, adquiriu embriões do Instituto de Zootecnia (SP). Hoje a Fazenda Bama conta com um rebanho Nelore PO de cerca de 2000 matrizes para produção de genética (novo R1); outras tantas Nelore comercial (R2); e ao redor de 3500 vacas cruzadas (R3) que recebem Charolês (por IA ? Inseminação Artificial), Canchim (por IA e Monta Natural) e ainda Senepol (Repasse da IA de Charoles e Canchim), touros estes de um rebanho Senepol que a Fazenda Bama tem sob seleção, para produção de genética.